Ao som dos theremins

E assim de repente ao som taciturno de inúmeros theremins, Tudo aconteceu. Se deu conta de que era, não apenas uma idéia, mas real. Não se podia ver ou tocar, apenas perceber. Era a resposta, sabia. Qualquer coisa além disso é mera ilusão.
Não há mais nada.
Não há sentido.
Apenas Eu.
Por que essa procura tola?
Mesmo que não entendam, memso que não acreditem, mesmo que não aceitem,
Não há mais nada. Terão que acreditar um dia, terão que aceitar, Terão que entender.
Tentou gritar, Estou aqui. Olhem pra mim. Por que não entendem? Por que não podem ver as coisas como eu vejo? Mas sua voz era vazia, ninguém era capaz de notar seu desespero. Entristeceu-se, sentou, chorou.
Vez por outra alguém para e pensa, Será mesmo apenas isso? E em meio aos soluços e as lágrimas, recuperando um pouco do ânimo ele responde, Sim sim, é isso. Consegue entender agora? Mas sua voz é como um sussurro distante carregado pelo vento frio. E passa e se vai.
E assim foi, tão rápido quanto tudo começou acabou e Ele continua lá, sem ser notado, sentado, chorando, ao som taciturno de inúmeros theremins.